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Ultramaratonistas partem para o Desafio 4 Faróis – 100 km

Largada na Igreja do Bomfim e chegada em Praia do Forte

Publicado sexta-feira, 27 de outubro de 2023 às 06:20 h | Autor: Selma Morais
Atletas ultramaratonistas enfrentam a Estrada do Coco, que é considerado o pior trecho da prova
Atletas ultramaratonistas enfrentam a Estrada do Coco, que é considerado o pior trecho da prova -

Hoje a partir das 21 horas cerca de 50 ultramaratonistas estarão cortando as ruas de Salvador, com destino a Praia do Forte, numa das mais tradicionais e difíceis prova de atletismo da Bahia, o Desafio 4 Faróis – 100 km. Essa será a quinta edição da prova.

A competição surgiu em 2019, inicialmente como um treino para outra maratona realizada em Minas Gerais, a UAI (Ultra dos Anjos Internacional) de 235 km.

Como todo corredor é considerado por muitos, como um pouco louco, os baianos Ivan e Rogério, que treinavam para a UAI, resolveram transformar o treino em corrida oficial do calendário baiano. Assim surgiu o Desafio 4 Faróis – 100 km, com largada na Igreja do Bomfim, passando pelo Farol do Humaitá, da Barra, de Itapuã e finalizando no Farol de Praia do Forte.

A partir daí, a prova passou a ser organizada pelos Brutos de Stella, um dos mais tradicionais clubes de corrida de Salvador. Já em 2020 apesar da Pandemia, eles realizaram a prova apenas com os atletas que já tinham corrido uma edição, uma vez que a pandemia exigia muitas restrições.

Em 2021 a prova foi ampliada, recebendo competidores de outros estados. Ainda assim, o desafio é relativamente restrito, pois, por ser uma prova de longa distância, requer um trabalho muito grande e uma atenção especial para com a saúde dos competidores.

Mesmo com a prova sendo no estilo survival (cada um cuida da sua própria sobrevivência), os organizadores montam um grande aparato e oferecem uma boa infraestrutura para os competidores.

Ultramaratonistas largarão, mais uma vez, da Igreja do Senhor do Bomfim, com destino a Praia do Forte
Ultramaratonistas largarão, mais uma vez, da Igreja do Senhor do Bomfim, com destino a Praia do Forte |  Foto: Divulgação
  

Inexplicavelmente, o desafio não tem patrocinadores. A organização consegue alguns apoios, especialmente de pessoas amigas. Caso tivesse patrocínios, o evento, poderia ser ainda melhor organizado, divulgado e ter uma participação maior de competidores,

Para o corredor Régis Leal, que já participou de todas as edições do Desafio do Farol, marcar presença no evento é uma honra e uma satisfação. Ele não se acha um ultramaratonista, mas sim um atleta amador. Ele corre sempre ao lado do amigo Roger, que segundo ele disputa cada pedaço do traçado da prova, “ombro a ombro”.

Régis Leal lembra que desde a saída da prova, na Basílica do Senhor do Bomfim, os competidores são abençoados com um lindo roteiro, que inclui toda a região do Comércio, a Contorno, Corredor da Vitória, Orla Marítima, até Stella Mares, base de apoio de todos. Logo depois começa o difícil trecho da Estrada do Coco.

Uma das poucas mulheres no Desafio 5 Faróis, Érica Sampaio, disse que corre por uma realização pessoal. “Em qualquer competição não estou preocupada em chegar em primeiro. Eu quero chegar, melhorar meu tempo e vencer os meus próprios desafios”, afirmou a ultramaratonista.

Essa é a quarta vez que Erica participa do Desafio 4 Faróis. Na primeira edição ela queria apenas marcar presença e correu 25 km, mas terminou a prova com algumas lesões. No ano seguinte o desafio já era maior: percorrer 60 km.

Érica Sampaio vai participar de mais uma edição do Desafio 4 Faróis – 100 km
Érica Sampaio vai participar de mais uma edição do Desafio 4 Faróis – 100 km |  Foto: Divulgação
  

Ao final dessa meta ela chegou a gravar um vídeo afirmando que estava feliz em ter atingido os 60 km, mas, como estava se sentindo bem, iria um pouco mais longe. Ao chegar na região de Guarajuba, faltando cerca de 15 km para completar o desafio dos 100 km Érica não estava suportando as bolhas nos pés e resolveu parar.

Nesse momento, a amiga Rúbia, que dava suporte a Érica afirmou: “se você parar agora, vai se arrepender para o resto da sua vida”. E esse foi o gatilho que levou a ultramaratonista a concluir seus primeiros 100 km. “Essa frase dela foi muito forte pra mim e serviu como combustível para que eu ganhasse energia e conseguisse ultrapassar a linha de chegada”, disse Érica.

Para a prova de hoje Érica disse que não está 100% preparada, mas que vai levar o desafio até a linha de chegada, pois já está com outro objetivo em mente, que é partir para uma maratona de 150 a 200 km. E pelo histórico da ultramaratonista, esse será mais um desafio vencido.

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